Tempos Que Não Voltam

Posted: sábado, 1 de maio de 2010 by Altamir Silva Jr. in
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 Oh saudades que nunca morreram devido ao capitalismo incansável que não para de se alastrar por esse mundo soberbo.

 Sábado de manhã e aquele tédio mortal rondava o meu quarto. Eram por volta de dez da manhã e são poucos os que se encontram online logo pela manhã do dito cujo dia, afinal, são maioria as pessoas que vão pra “night” na sexta a noite e voltam as altas horas da madrugadas, é, elas pelo menos chegam cedo em casa, literalmente.

 Bem, eu não era o único com poucas opções de conversar e enquanto Pedro e eu falamos sobre a falta de pessoas que nossos msns possuíam naquele momento surgiu em pauta o assunto do capitalismo que levava as pessoas a se embriagaram de futilidades e após ter uma ressaca de onde o dinheiro sai de todos os buracos.

Papo vai e papo vem e chegamos a nossa infância e as lembranças mais amargas de todas começavam a tomar conta da conversação. Cheguei até a sentir lagrimas escorrendo, não de mim, mas dos meus pobres bolsos onde deposito todas as moedas de trocos e afins.

 Quem não se lembra de quando o Kinder Ovo custava apenas R$0,50!? Ah, eu me lembro bem. Meu pai chegava em casa e me dava uma moedinha do valor já mencionado, eu todo feliz deixava ela ao lado do meu SNES e ia dormir pensando “vou comprar um Kinder Ovo amanhã no supermercado *-*”. No outro dia de manhã eu ia todo feliz e quase saltitante para o supermercado e voltava correndo até em casa para devorar o mivro-ovo e brincar um pouco com o brinquedinho.

 Também me lembro bem dos Elma Chips que custavam apenas R$0,70, sempre que possuía uns R$0,20 comprava um Cebolitos ao invés do Kinder Ovo, além de render mais do que o Kinder eu poderia colecionar as figurinhas, ou seja lá o que vinha dentro do salgadinho. É, gostava mais das figurinhas, era mais difícil minha irmã quebrar elas do que as coisas que vinham com o Kinder.

 Mas não demorou muito para que meu mundo desabasse, com R$0,50 mal dava para voltar com o bolso cheio de balas depois de uns anos. Eu ainda não sabia a quem culpar na época, fiquei triste, ficou mais raro comer as coisas que gostava e eram de fácil acesso. Anos mais tarde fui descobrir o nome do vilão das criançinhas que gostam de coisas baratas, aliás, não é apenas um vilão, é uma legião inteira: inflação, capitalismo, blá, blá,blá...

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